sexta-feira, 2 de julho de 2010

Fusil M16


M16 é a designação das forças armadas norte-americanas para uma família de fuzis de assalto derivados do AR-15. Este fuzil de assalto tem sido o principal fuzil de infantaria das forças armadas dos Estados Unidos desde 1967. Além de ser utilizado por 15 países da OTAN, o M16 é a arma de fogo mais produzida em seu calibre.
A historia do desenvolvimento e adoção do fuzil 5,56mm americano, o M16, é longa e controversa, a seguir se encontra a mais provável:

* 1948: O Operations Research Office (ORO) do exército americano realizou uma pesquisa sobre armas leves, pesquisa foi concluída no inicio dos anos 1950, teve como resultado que o calibre mais desejável para infantaria seria o .22, uma arma de alta taxa de disparo, com seletor de fogo automático com precisão até 300 metros
* 1953 – 1957: o US DOD realiza uma pesquisa similar que chega a mesma conclusão um calibre .22 de alta velocidade.
* 1957: O exército americano pede a Armalite, uma divisão da Fairchild Aviation Corp. para desenvolver um fuzil calibre .22, leve com seletor de fogo, com capacidade para penetrar um capacete de aço a 500 metros. Eugene Stoner, um projetista da Armalite, desenha um novo fuzil de assalto com base no seu desenho anterior o AR-10 em calibre 7,62mm, ao mesmo tempo a Remington, em conjunto com a Armalite, começa o desenvolvimento de um cartucho com base nos .222 Remington e .222 Remington Magnum, ambos cartuchos de caça, sobre o nome inicial de .222 Remington Special e lançado sobre designação .223

Remington, com código M193.

* 1958: A Armalite entrega os novos fuzis, sobre o nome de AR-15, ao exército para testes, os testes iniciais mostraram sérios problemas de precisão e confiabilidade com o fuzil
* 1959: A Fairchild desapontada com o AR-15 vende os direitos de produção e patente para a Colt Manufacturing Company.
* 1960: Eugene Stoner deixa a Armalite e se junta a Colt, no mesmo ano a Colt apresenta o AR-15 para o comandante da USAF General Curtis LeMay, LeMay pretendia adquirir 8000 AR-15 para o Comando aéreo estratégico, para substituir as envelhecidas carabinas M1 e M2.
* 1962: A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA),compra 1000 AR-15 da Colt e os envia ao Vietnã do Sul para experiências em combate, no mesmo ano excelentes relatórios chegam do campo que demonstram a eficácia do novo fuzil preto usado pelas forças do Sul.
* 1963: A Colt recebe contratos de 85000 para o exércido dos Estados unidos, com a designação de XM16E1 e mais 19000 fuzis para USAF, com a designação de M16, o M16 da USAF não era nada mais do que um AR-15 com um novo nome. O XM16E1 difere do AR-15/M16 (modelos da época) por ter um dispositivo adicional chamado de frente auxiliar, que empurra o conjunto do ferrolho, forçando a cabeça de trancamento em caso de obstruções.
* 1964: A USAF adota oficialmente o M16, no mesmo ano o US Army aprova o XM16E1 para ser usado no período de aposentadoria do M14 de calibre 7,62mm até a finalização do projeto SPIW.
* 1966: A Colt é premiada com um contrato de 840000 fuzis para as forças armadas americanas num valor de 92 milhões de dólares, cerca de 105 dólares por unidade.
* 1967: O US Army aprova o XM16E1 como sobre designação M16A1, em 28 de fevereiro.
* 1965 – 1967: Relatórios de campos do Vietnã lançam um olhar pessimista sobre a arma, os fuzis emitidos para as tropas americanas em combate, travam em meio ao combate, o que resultou em muitas baixas. Houve algumas causas para o mau funcionamento, o principal foram às munições que usavam, tinham como propelente uma pólvora em grânulos esféricos, a mesma utilizadas na munição 7,62 OTAN, esse grânulos produziam resíduos muito incrustantes que se acumulavam e travavam o fuzil, isso aliado ao fato do kit de limpeza não acompanhava o fuzil, os soldados eram pouco treinados para limpar o seu fuzil e tinha poucas provisões para fazê-lo, e o sistema de ação direto sobre o ferrolho que aumenta os desgaste da arma reduzindo sua precisão rapidamente.
* 1967 – 1970: Percebida as deficiências do fuzil, começou-se a saná-las, utilizando-se novas munições que geram bem menos resíduos, o ferrolho e o duto de gases começam a ser cromadas para aumentar sua resistência a corrosão, Kits de limpeza foram emitidos para as tropas e programas de treinamento foram feitos, no começo os kit eram levado separados da arma mas em torno de 1970 todos os M16A1 são fabricados com uma cavidade na coronha para leva o kit, no mesmo ano carregadores de 30 cartuchos foram introduzidos para se equiparar aos fuzis AK-47 de fabricação chinesa e soviética que vinha com carregadores de 30 cartuchos.
* 1977 – 1979: Ensaios da OTAN levam a adoção de um cartucho 5,56x45mm melhor, desenvolvido na Bélgica pela FN, desenvolvido em conjunto com a metralhadora leve FN Minimi, com um projétil 0,5 gramas mais pesado e mais fino na ponta, sendo que com uma velocidade um pouco menor, como resultado um alcance e poder de penetração maior, porem o alcance melhorou por causa que a munição tinha um melhor coeficiente balístico, seu código é SS109, O cartucho SS109 precisa de um cano com um giro nas estrias a cada 7 polegadas (razão 1:7), o cano dos primeiros M16 que usavam munição M193 tinha razão 1:12, pois queriam que o projétil toma-se posição vertical para aumentar o dano. Hoje muitos fabricantes fazem seus canos com razão 1:9, para que ele aceita razoavelmente bem ambas as munições.
* 1981: A Colt desenvolveu uma variação do M16A1, adaptado para a munição SS109, ele possuía um cano mais pesado com razão 1:7, guarda-mato cilíndrico ao invés do triangular e miras ajustáveis, e substituiu o fogo automático pela rajada de 3 tiros, como medida para preserva munição, denominado M16A1E1
* 1982: O M16A1E1 é renomeado como M16A2.
* 1983: O USMC aprova e adota o M16A2
* 1985: O US Army adota oficialmente o M16A2 como fuzil padrão da infantaria.
* 1988: A FN Manufacturing, uma subsidiária da FN Herstal, torna-se o principal fabricante de armas das forças armadas americanas, porem a Colt continua o desenvolvimento e fabricação de armas baseadas AR-15, porem fornecendo apenas para o mercado civil.
* 1994: As versões mais recentes da família M16 são lançadas: M16A3 e M16A4 com alça removível com trilhos picatinny, sendo que o M16A3 possui capacidade de fogo automático diferente do M16A4 que, como o M16A2, é limitado a rajada de 3 tiros. Nesse mesmo ano foi lançada um membro dessa família o M4 e M4A1 que não são nada mais do que, respectivamente, M16A2 e M16A3 com canos menores.
O M16 ainda é a principal arma das forças armadas americanas, também é amplamente utilizado pelas suas forças policiais quer sejam versões militares (por exemplo na polícia de Los Angeles(LAPD) havia alguns M16, que foram aposentados pelo US Army) ou em versões civis que são limitadas a fogo semi-automático. Os fuzis da família AR-15 são fabricados nos EUA por, pelo menos, dezenas de grandes empresas como Armalite, Bushmaster, Colt, FN Manufacturing, Hesse, Les Baer, Olympic, Wilson Combat, e por um número ainda maior de pequenas empresas, que montam seus M16 a partir de peças fabricadas por outras empresas, a família AR-15 também é fabricada fora dos EUA, mais notavelmente no Canadá, pela Diemaco Co. A China também produz um modelo de AR-15. Os M16 são utilizados por várias forças fora dos EUA, destacando o serviço aéreo especial (SAS) britânico, que preferiu utilizar o M16 durante era desastrada do L85. Hoje a maior parte dos defeitos do M16 foram sanados, ele é considerado um dos melhores fuzis de assalto do mundo, mesmo não podendo rivalizar, no quesito confiabilidade em qualquer ambiente, com os seus maiores rivais, os fuzis kalashnikov, ele é razoavelmente confiável, especialmente quando mantido com boa manutenção, e ele é uma das armas mais ergonômicas e precisas já produzida. A principal vantagem do projeto de Eugene Stoner, é a modularidade, diversos calibre de rifles e pistolas podem ser adaptados, eles vão desde o pequeno e rápido .17 Remington até o monstruoso .458 SOCOM, ou do .22LR até o .50AE, apenas intercambiando as partes superior e inferior da caixa da culatra.
O AR-15/M16 é operado a gás, alimentado por carregador, com seletor de fogo, o M16 e o AR-15 são basicamente a mesma arma, sendo que os AR-15 para o mercado civil são limitados a fogo semi-automático. O coração do AR-15 é o sistema de ação direta de gases sobre o transportador do ferrolho, desenvolvido por Stoner no inicio dos ano 1950, esse sistema não utiliza o convencional de pistão e biela para impulsionar o transportador do ferrolho, em vez disso os gases quentes e pressurizados do disparo são conduzidos por um tubo de aço inoxidável para a caixa da culatra, na caixa da culatra os gases encontram apêndice do transportador do ferrolho, la ele se expande e impulsiona para trás o transportador, forçando a rotação que abre da cabeça de trancamento, logo que o ferrolho se destranca, o transportador continua sua viagem sobre inércia e pressão residual dos gases, esse mesmo movimento extrai o estojo deflagrado, quando a força da mola de recuperação, localizada na coronha, se torna maior que a inércia o conjunto volta levando um novo cartucho para o cano, trancando o ferrolho. O ferrolho possui 7 ressaltos de trancamento e mais um localizado na garra de extração, desde a introdução do XM16E1, existi um dispositivo, já mencionado, que ajuda no trancamento do ferrolho, ele está presente em todos a família AR-15 tanto nos fuzis militares, quanto nos civis, ele é composto apenas de uma mola e um botão que encaixa em serrilhas na lateral direita do transportador do ferrolho, que o empurra forçando o trancamento, quando a pressão da mola de recuperação não é suficiente para fazê-lo, e o fuzil não dispara quando o ferrolho não está trancado, há ainda um retém que mantem a arma “aberta” quando a munição do carregador acaba, para libera o ferrolho deve-se pressionar um botão lacalizado a esquerda da caixa da culatra em cima do carregador, a alavanca de maneja em forma de “T” fica em cima da caixa da culatra e ela não é solidária ao ferrolho quando a arma dispara A janela de ejeção fica ao lado direito da caixa da culatra, ela tem uma tampa que se abre automaticamente quando o transportador do ferrolho é puxado, o M16A2 introduziu um defletor de cartuchos que protege o rosto do atirador canhoto.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

AK-47 Kalashnikov


AK-47

Kalashnikov

AK-47, sigla da denominação russa Avtomat Kalashnikova odraztzia 1947 goda ("Arma Automática de Kalashnikov modelo de 1947"), é um fuzil de calibre 7,62 x 39 mm criado em 1947 por Mikhail Kalashnikov e produzido na União Soviética pela indústria estatal IZH.

Atualmente é fabricado em Israel, Georgia e Irã. É a arma de fogo que mais mata no mundo.

O fuzil de Assalto AK-47 (Avtomat Kalashnikova - 47, fuzil automático Kalashnikov, modelo de 1947) surgiu na União Soviética logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, sendo o fuzil mais fabricado de todos os tempos. Estima-se que o número de exemplares produzidos tanto na Rússia como sob licença em países como a Bulgária, China, Hungria, Índia, Coréia do Norte, Romênia entre outros, chegue a impressionante cifra de 90 milhões. Países como a Finlândia e Israel também basearam-se no projeto deste fuzil para produzirem seus modelos M62 e Galil respectivamente. É caracterizado por sua grande rusticidade, facilidade de produção em massa, simplicidade de operação e manutenção, além de reconhecida confiabilidade. Deixa a desejar nos requisitos precisão e ergonomia.

Seu funcionamento se dá de modo similar aos demais fuzis de assalto, pelo aproveitamento indireto dos gases que são desviados da parte posterior do cano até um cilindro montado acima deste, onde pressionam um êmbolo de longo curso que aciona o recuo do ferrolho de trancamento rotativo. O ferrolho desliza sobre dois trilhos na caixa da culatra com uma folga significativa entre as peças móveis e fixas, o que permite que opere como seu interior saturado de lama ou areia. Dispara munição 7,62 x 39 mm nos modos automático e semi-automático. Seu registro de tiro e segurança é considerado por muitos sua principal desvantagem. Não corrigida nos modelos posteriores. É lento e desconfortável, exige esforço extra para operar, especialmente com luvas, e quando acionado produz um "clique" alto e distinto. Outra desvantagem é a posição do ferrolho, que permanece fechado após o último tiro. É alimentado por um carregador tipo cofre metálico bifilar de trinta projéteis, com retém localizado á frente do guarda-mato. Outros tipos de carregadores como o de quarenta projéteis ou o tambor de 75 projéteis da RPK também podem ser usados. Seu aparelho de pontaria é graduado de 100 m a 1000 m (800 no AK), e um ajuste fixo que pode ser usado para todas as faixas de até 300 metros. Pode também ser equipado com lançador de granadas montado sob o cano. A versão de coronha dobrável foi desenvolvida para as tropas aerotransportadas e denominadas AKS (AKMS). Os AK foram concebidos com baionetas destacáveis do tipo faca, que associada a sua bainha transforma-se numa tesoura de cortar arames.

A verdadeira história de AK começou no final de 1942, quando as tropas soviéticas capturaram vários dos MKb42 alemães, juntamente com munição 7,92 mm. Em meados de 1943, o MKb.42 (H), juntamente com a carabina M1 dos EUA foram avaliados por especialistas soviéticos, e foi decidido que uma arma semelhante, disparando um cartucho de poder intermediário, devia ser desenvolvido para o Exército Soviético logo que possível. A tarefa de desenvolvimento inicial da nova munição foi implementada em tempo bastante curto. Por novembro 1943, especificações técnicas para o cartucho 7,62 x 41 mm com culote, foram enviadas a todos os pequenos escritórios soviéticos de design de armas. Na primavera de 1944, havia pelo menos dez projetos de armas automáticas em andamento (não contando carabinas semi-automáticas). Em meados de 1944, uma comissão selecionou um modelo designado AS-44 projetado por Sudaev, como o melhor conjunto, e ordenou uma produção limitada para ensaios com a tropa. Alguns AS-44 foram fabricados na primavera de 1945, e avaliados no verão, logo após a vitória na Europa. O modelo agradou, porém o AS-44 era muito pesado (mais de 5 kg de peso vazio), e a comissão ordenou uma próxima rodada de desenvolvimento e testes, que começou no início de 1946.

Mikhail Kalashnikov, um jovem sargento das forças blindadas soviéticas, que após ser ferido em combate em 1942, concebeu um protótipo de pistola-metralhadora enquanto estava de licença médica. Sua primeira arma foi indeferida em razão da complexidade, no entanto ele foi designado ao órgão de investigação e desenvolvimento de armas leves do Exército Vermelho perto de Moscou, para continuar a sua educação e trabalho em outras armas. Aqui Kalashnikov projetou uma carabina semi-automática, fortemente influenciado pelo fuzil M1 Garand. Esta carabina, embora não tenha sido bem sucedida por si só, serviu como ponto de partida para seu primeiro fuzil de assalto, provisoriamente conhecido como AK No.1 ou AK-46. Em novembro de 1946, o projeto do AK-46 foi escolhido para a fabricação de protótipos, juntamente com 5 outros projetos (de 16 apresentados à comissão). Kalashnikov foi enviado para a cidade de Kovrov (também não muito longe de Moscou), para fabricar a arma numa pequena fábrica de armas ali existente. O AK-46 era operado a gás, com ferrolho rotativo que utilizava um pistão para aproveitamento indireto dos gases logo acima do cano, e controles duplo (segurança e chave seletora de fogo separados, no lado esquerdo da unidade de disparo ).

Em dezembro de 1946 novos fuzis foram testados, com AS-44 sendo usado como unidade de controle (embora seu desenvolvimento tenha cessado antes, em 1946, devido à morte prematura de Sudaev, que estava gravemente doente desde 1945). Como um primeiro resultado destes testes, o AK-46 foi selecionado para o desenvolvimento de ensaios da comissão, com outras duas armas dos designers e Dementiev e Bulkin. Na segunda fase de ensaios, que incluía três armas (AK-46 por Kalashnikov, AB-46 por Bulkin e AD por Dementiev), resultou na rejeição da AK-46 melhorada, que foi inferior aos outros em vários aspectos. Apesar dessa falha, Kalashnikov, usando seus contatos e apoio de algum membro da comissão de estudos (que conhecia de seu trabalho anterior na NIPSMVO em 1943-46) teve luz verde para continuar o seu desenvolvimento para a próxima rodada de testes. Após a falha técnica do AK-46, Kalashnikov e seu companheiro designer Zaitsev (que era um designer de armas na fábrica Kovrov) decidiu reformular completamente a concepção, com o uso de soluções técnicas bem sucedidas emprestadas de várias armas, incluindo seus concorrentes diretos. Por exemplo, o pistão de gás a longo-curso ligado ao ferrolho rotativo, juntamente com a montagem de retorno por mola foram aparentemente inspirado pelo modelo AB Bulkin-46, a idéia de grandes distâncias entre o conjunto do ferrolho e as paredes da caixa da culatra, com atrito mínimo das superfícies, foi inspirado no Sudaev AS-44, a alavanca de segurança foi copiado do rifle de caça Remington modelo 8 projetado por Browning, etc…

Deve-se notar aqui, que essa cópia e empréstimo de idéias realmente foi incentivada pela Comissão, pois toda a propriedade intelectual na URSS era considerada propriedade do 'povo', ou do Estado. Assim, todas as empresas estatais podem (e devem) utilizar-se das propriedades intelectuais existentes. E a criação de um novo fuzil de assalto mais eficaz para o vitorioso Exército Soviético estava certamente no topo da lista das prioridades.

Após extensos testes, realizados em dezembro de 1947 e Janeiro de 1948, que incluiu melhoramentos nos três modelos, os resultados foram pouco conclusivos. O AK-47 foi concebido para ser o mais durável e confiável dos três concorrentes, porém perdia em precisão para os outros, especialmente no modo automático (que era, e ainda é considerado o principal modo de fogo na doutrina (russa/soviética). Na verdade, a única arma que cumpriu os requisitos de precisão o AB Bulkin-47, mas teve alguns problemas com a durabilidade das peças. Após longa discussão, a comissão de estudos finalmente decidiu que o mais preciso não necessariamente é o mais confiável. Esta decisão de última instância, levou a Comissão a recomendar o AK-47 para ensaio com a tropa em novembro de 1947. Foi decidido que a produção da nova arma devia ser iniciada na fábrica de armas Ijevsk (atual edifício Ijevsk Machine Plant Ijmash). Kalashnikov passou de Kovrov para Ijevsk para colaborar com a produção da nova arma, que teve início em meados de 1948. A adoção oficial seguiu-se no final de 1949, com a nomenclatura padrão "7,62 milímetros Avtomat Kalashnikova AK" (7,62 mm carabina automática Kalashnikov). Ao mesmo tempo, uma versão de coronha dobrável foi aprovada para o uso em unidades aéreas, como "7,62 milímetros Avtomat skladnoy Kalashnikova AK S' (7,62 mm carabina automática Kalashnikov, dobrável).

Deve-se notar que a concepção original da caixa da culatra, que foi construída em caixa de aço estampada, causou uma série de problemas na fábrica. A tecnologia (equipamentos e mão de obra) da época resultou numa percentagem muito elevada de malformações na paredes, fixação inadequada das peças e geometria ruim. Após a revisão crítica do processo na fábrica, decidiu-se que seria mais economicamente viável para regressar ao "velho" método de usinagem. Após aprovação dos militares, foi colocado em produção em Izhmash em 1951, sob a mesma denominação de base.

Ao longo dos anos seguintes, o projeto do AK incorporou muitas pequenas alterações e atualizações, mas foi o experimental Korobov TKB-517 fuzil de assalto (testado pelo Exército Soviético em meados dos anos 1950), que estimularam um maior desenvolvimento do AK. O Korobov TKB-517 era muito mais leve que o AK e com custo de produção de 2/3 deste, e significativamente mais precisa em fogo automático. Esse avanço levou o Exército Soviético a emitir novas exigências para um modelo mais leve e mais eficaz, que foram formuladas em 1955. Estes requisitos foram complementados pela exigência de um modelo complementar de apoio de fogo (fuzil-metralhadora). Ensaios das novas armas foram realizadas em 1957-58. Kalashnikov e sua equipe de Ijevsk apresentaram uma melhora com um novo tipo de caixa da culatra e outras pequenas melhorias, que concorreu com outras equipes de design a partir do Kovrov e Tula. Em termos técnicos, a proposta de Kalashnikov teve desempenho mediano nestes ensaios, com seus rivais provando ser mais eficazes e menos dispendiosos de fabricar. A comissão de estudos, no entanto, decidiu novamente pelos mesmos critérios, e recomendou o AK para adoção devido ao seu desempenho comprovado e familiaridade com a indústria e as tropas. Foi adotado oficialmente em 1959 como rifle - o AKM (Avtomat Kalashnikova Modernizirovannyj automática Kalashnikov, Modified), juntamente com arma de apoio RPK, versão de cano mais pesado.

Como principais alterações o AKM apresentou a introdução da caixa da culatra em aço estampado, e dispositivo de boca para anular/reduzir o momento que tende a levantar o cano da arma quando do disparo. Outras mudanças foram o redesenho da coronha ligeiramente levantada e a empunhadura do punho tipo pistola. O compensador de boca pode ser substituído por um silenciador. Isto requer um silenciador especial e munição sub-sônica. Outra mudança do AKM foi uma melhora da alça de mira, com escalonamentos de 100-1000 (em vez dos 800 da AK). Ambos os 800 e 1000 metros, no entanto, são demasiado otimistas para qualquer uso prático, uma vez que o fogo efetivo é limitado a cerca de 300-400 metros, se não menos.

Em 1974, o Exército Soviético oficialmente adotou a munição 5,45 mm e o fuzil AK-74 seu novo armamento padrão. O AKM, no entanto, nunca foi oficialmente declarado obsoleto e retirado de serviço, e ainda está em unidades do exército russo. Algumas unidades de apoio ainda estão armadas com modelos AKM. Há também um crescente interesse nas armas 7,62 mm, pois as tropas ficaram desapontados com a baixa eficácia da munição 5,45 mm durante os conflitos locais na década de 1990. Algumas forças especiais (principalmente da polícia e do Ministério de Assuntos Internos), atualmente operam na Chechênia, com fuzis AKM.

Os modelos AK e AKM foram amplamente exportados para os países pró-soviético em todo o mundo. Licenças de fabricação e pacotes de dados técnicos foram transferidas (gratuitamente ou com taxa nominal) para muitos países do Pacto de Varsóvia (Albânia, Bulgária, China, Alemanha Oriental, Hungria, Coréia do Norte, Polónia, Roménia, Iugoslávia). Países amigos, como o Egito, Finlândia e Iraque, também receberam licenças de fabricação.

Atualmente, apesar da proliferação do calibre 5,56 / 5,45 mm, muitas empresas continuam a fabricar fuzis 7,62 mm para uso militar ou policial (por exemplo, há uma AK-103, feito em limitada números pelo IZHMASH na Rússia). Além disso, a produção das AKs semi-automáticas continua em muitos países, incluindo a Rússia, Bulgária, Romênia, China, entre outros.

Tem alta reputação entre especialistas por sua praticidade (não requer mais de um minuto para ser armado por um soldado com prática) e resistência à água, areia e lama, bem como por sua manutenção simples. Tem a fabricação de baixo custo e curto período de tempo. Pesa, em média, 4,3 kg (sem o carregador de munição, que pode conter 20, 30 ou 99 cartuchos), tem um raio de ação útil superior a 1,5 km e é capaz de disparar até 600 tiros/minuto. A velocidade do projétil na boca do cano é de 721m/s, com munição calibre 7,62 x 39 mm (cartucho curto, padrão russo).

Em comparação a seu maior rival, o fuzil de fabricação norte-americana M16, o AK-47 tende a ser mais confiável e mais resistente aos elementos supracitados, também exigindo menos cuidados de limpeza e manutenção.

Este rifle teve seu uso popularizado por muitas nações do bloco comunista na Guerra Fria, mas ainda é largamente utilizada em muitos países (principalmente aos que pertenceram ao pacto de Varsóvia e países do Oriente Médio), também pode ser encontrado em posse de grupos terroristas devido ao seu baixo preço e facilidade de aquisição no mercado negro. Apesar de muitos considerarem uma arma relativamente ultrapassada, ainda pode ser considerada ideal para troca de tiros intensa, e ainda é uma arma muito potente.

A AK-47 é, segundo o Guiness, O Livro do Recordes, a arma de fogo atualmente mais utilizada no mundo.

sábado, 8 de maio de 2010

Desert Eagle




















A Desert Eagle é uma pistola semi-automática, de ação simples, que utiliza vários calibres, sendo eles: .50 Action Express (.50AE), .44 Magnum, .357 Magnum, .22 Long Rifle (.22LR) esta última, de competição, chamada de "Baby Eagle".

Criada e patenteada pela Magnum Research Inc, foi refinada pela IMI (Israel Military Industries) agora IWI (Israel Weapon Industries) e hoje também produzida por esta empresa.

A Desert Eagle faz inúmeras aparições na cultura popular. Nos videogames, títulos como Call of Duty: Modern Warfare 2, Call of Duty 4, Counter-Strike, Left 4 Dead 2, Hitman: Blood Money, Max Payne, Resident Evil, Far Cry (neste caso, conhecida como Night Hawk), Grand Theft Auto: San Andreas, Soldiers of Fortune, Devil May Cry, fizeram-na famosa, assim como os filmes Matrix (nas mãos do Agent Smith), Snatch (Snatch - Porcos e Diamantes), a série Supernatural (Sobrenatural) e apareceu em Death Note, sendo a arma usada por Mello (Mihael Keehl) entre muitos outros.


Apesar da sua reputação como uma potente arma de fogo, é, mesmo sendo deveras potente, uma arma inviável para o combate devido ao seu tamanho, calibre exagerado e som produzido (é, na verdade, proibida em algumas carreiras de tiro). Além disso, mesmo para utilizadores experientes, provoca um enorme "coice".

A verdade é que esta arma tem um grande poder de parada (capacidade para rapidamente deter um oponente) e é excepcionalmente certeira para uma pistola. Ambos estes casos devem-se quase exclusivamente à natureza da munição usada que, em qualquer dos calibres, é uma munição pesada para uma pistola. A arma é sobretudo usada para competições, tiro ao alvo e caça (menos comum).

As munições utilizadas pelas Desert Eagle's são utilizadas em revólveres, diferentemente das outras pistolas que utilizam cápsulas configuradas exclusivamente para pistolas. Por esses e outros motivos, é a arma de mão mais potente em existência.

A Desert Eagle é também muito usada pelo exército israelense em guerras, pelo fato de perfurar paredes e coletes a prova de balas.